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sexta-feira, 25 de julho de 2014

Índios Korubo e a desastrosa entrega das roupas



"Civilizados brancos" entregam roupas para os últimos índios isolados do Brasil, e assim se perde mais um pouco da cultura e tradição dos nativos da América do Sul.




Desde a primeira viagem de Colombo, o homem branco vem tentando "civilizar" os homens primitivos.
Os "incivilizados", os nativos da humanidade, foram e são alvos dos desbravadores apenas porque vivem em paz, equilíbrio e harmonia com a natureza, que lhes abençoa com força, coragem, liberdade e uma inocência genuína.


Muitos índios foram forçados ao exílio de suas terras, forçados a abrirem mão de sua cultura em nome de um Deus branco e sofreram abusos de todas as formas quando se mostraram guerreiros e reagiam quanto a escravidão que eram submetidos.

Se você acha que tudo isso é coisa do passado, se engana. Essa semana eu assisti a um documentário sobre os índios Korubo filmado no ano passado e minha indignação foi imensa ao constatar que os abusos continuam. Ainda hoje os índios são forçados a uma "descultura" própria.

Durante décadas, os Korubos tem sido caçados como animais. Eles foram considerados os últimos índios pelados do Brasil. Foram, porque na expedição mostrada nesse vídeo, eles receberam roupas pelos funcionários da FUNAI. Taí a minha indignação! A cerimônia de entrega das roupas foi registrada pela imprensa a convite do sertanista Sydney Possuelo.

Me pergunto o tempo todo, porque os brancos querem se aproximar dos últimos índios isolados? Os antropólogos, a Funai e os sertanistas não percebem que esse tipo de contato só serve para levar guerras e doenças as quais eles não tem imunidade? Porque levar roupas para uma tribo que tradicionalmente vivem nus?

A única coisa que vem em meus pensamentos é que querem destruir a cultura e tradição desses nobres guerreiros apenas por serem diferentes. Seu objetivo é viver em paz, um objetivo que somente irá se cumprir se o homem branco deixar de persegui-los.


Viagens pela Amazônia | Índios Korubos | Parte 1

Viagens pela Amazônia | Índios Korubos | Parte 2

Viagens pela Amazônia | Índios Korubos | Parte 3
(aqui mostra a entrega das roupas)

Saiba mais sobre os índios Korubo

Os korubos são um grupo indígena que habita o Sudoeste do estado brasileiro do Amazonas, mais precisamente na Área Indígena Vale do Javari. Junto com os matises, os marubos e os matsés, são genericamente denominados maiorunas.

Muito do que o mundo lá fora sabe desse grupo baseia-se na pesquisa do explorador brasileiro Sydney Possuelo quem teve o primeiro contato com a tribo em Outubro de 1996 e o jornalista Paul Raffaele .

Os Korubos são algumas das últimas pessoas na Terra a viver perto do isolamento da sociedade moderna, apesar de, em várias ocasiões, terem contatos violentos com  exploradores e outras tribos mais do entorno.

Um desdobramento do grupo é liderado por uma mulher chamada Maya. Este grupo dissidente tem cerca de 23 membros, enquanto o grupo maior é estimado para ter 150 membros.

Os povos indígenas do Brasil compreendem um grande número de diferentes grupos étnicos que habitam o país desde milênios antes do início da colonização portuguesa, que principiou no século XVI, fazendo parte do grupo maior dos povos ameríndios.

No momento da Descoberta do Brasil, os povos nativos eram compostos por tribos seminômades que subsistiam da caça, pesca, coleta e da agricultura itinerante, desenvolvendo culturas diferenciadas. Apesar de protegida por muitas leis, a população indígena foi amplamente exterminada pelos conquistadores diretamente e pelas doenças que eles trouxeram, caindo de uma população de milhões para cerca de 150 mil em meados do século XX, quando continuava caindo. Apenas na década de 1980 ela inverteu a tendência e passou a crescer em um ritmo sólido. No censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2010, 817 963 brasileiros se autodeclararam indígenas, embora milhões de outros tenham algum sangue índio em suas veias. Ainda sobrevivem diversos povos isolados, sem contato com a civilização.


Os povos indígenas brasileiros deram contribuições significativas para a sociedade mundial, como a domesticação da mandioca e o aproveitamento de várias plantas nativas, como o milho, a batata-doce, a pimenta, o caju, o abacaxi, o amendoim, o mamão, a abóbora e o feijão. Além disso, difundiram o uso da rede de dormir e a prática da peteca e do banho diário, costume desconhecido pelos europeus do século XVI. Para a língua portuguesa legaram uma multidão de nomes de lugares, pessoas, plantas e animais (cerca de 20 mil palavras), e muitas de suas lendas foram incorporadas ao folclore brasileiro, tornando-se conhecidas em todo o país.

Também foram importantes aliados dos portugueses, mesmo involuntários, na consolidação da conquista territorial, defendendo e fixando cada vez mais distantes fronteiras, e deram grande contribuição à composição da atual população nacional através da mestiçagem.

Suas culturas diversificadas compunham originalmente um rico mosaico de tradições, línguas e visões de mundo que, depois de serem longamente desprezadas como típicas de sociedades bárbaras, ingênuas e atrasadas, ou no máximo apreciadas como exotismos e curiosidades, hoje já começam a ser vistas em larga escala como culturas complexas, sofisticadas em muitos aspectos, interessantes por si mesmas e portadoras de valores importantes para o mundo moderno, como o respeito pela Natureza e um modo de vida sustentável, merecendo consideração como qualquer outra. Mesmo assim, a degradação das culturas tradicionais pelo contato assíduo com a civilização tem sido rápida mesmo dentro das reservas, acarretando penosas repercussões sociais.

Para muitos observadores, o destino dos povos indígenas do Brasil ainda é incerto, e esperam muitas lutas pela frente. Os conflitos que os envolvem continuam a se multiplicar; mortes, abusos, violência e disrupção interna continuam a afligir muitas comunidades, mesmo com todos os avanços e toda proteção jurídica, com toda a conscientização política das comunidades e sua mobilização conjunta, e mesmo com o apoio de expressiva parcela da população brasileira não-índia e organismos internacionais. Há poderosos interesses políticos e econômicos em jogo, e mesmo interesses culturais. Ainda falta muito para que eles consigam garantir suas terras e uma sobrevivência digna e independente da tutela do governo, que historicamente os entendeu como incapazes e chamou a si a responsabilidade de "administrá-los", mas tem sido também incapaz de assegurar-lhes os direitos que já foram definidos constitucionalmente, e vem sendo acusado até de promover profundos retrocessos de maneira deliberada que dão continuidade a um secular genocídio, atraindo com isso pesadas e incessantes críticas em casa e no exterior.

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