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sábado, 18 de abril de 2015

SINCRONICIDADE:


As coincidências que desafiam o acaso



                                                                  por Hans Manfred Heuer


O psicólogo suíço Carl Gustav Jung (1875-1961) e o físico laureado com o prêmio Nobel Wolfgang Pauli (1900-1958) introduziram na psicologia o conceito de “sincronicidade”para ocorrências de acontecimentos acausais simultâneos, ligados por um sentido comum, tanto na natureza como na psique (acasos inevitáveis, fenômenos psi, etc.).

Quem nunca ouviu falar do acúmulo casual de acontecimentos importantes, muitas vezes dramáticos em certas datas, ou em determinado ano para muitas famílias ? Não é como se o destino às vezes “insistisse em escolher” determinados lugares e datas para acontecimentos semelhantes? É o caso dos exemplos que se seguem:

“Na semana passada, nas proximidades de Fürstenwalde, um motociclista foi apanhado pela locomotiva de um trem e arrastado para a morte. Há seis anos, a mãe da vítima perdeu a vida da mesma forma e quase no mesmo local. Como revelou a pesquisa, tratava-se da mesma locomotiva e do mesmo condutor, sem que este tivesse a menor culpa disso.” -

Trata-se de uma antiga notícia de jornal, cuja data não pode mais ser precisada - basta ler o jornal com atenção para encontrar, quase que diariamente, notícias semelhantes.

Seguem alguns casos especialmente marcantes:


“O destino, muitas vezes, segue caminhos estranhos. Assim ele determinou que dois moradores de Fautenbach em Achern-in-Baden (seus pais eram irmãos e eles também eram vizinhos) não só fossem internados no hospital no mesmo dia, como também que ambos morressem no mesmo dia e fossem levados para sua última morada sexta-feira passada.” (Do Badische Neueste Nachrichten de 10/4/1972. )

“Estranhos casos de morte assolaram na semana passada uma família de Ichenheim, distrito de Lahr. Com 61 anos de idade, Emma Nautascher faleceu depois de breve enfermidade. Sua irmã Maria, com quem viveu por muitos anos, seguiu-a, três dias depois, com 77 anos. E quase na mesma hora morria a terceira irmã Anna Blasi, nascida Nautascher, com 64 anos, no hospital, vítima de derrame cerebral.” (Do Acher-und Büh- ler Bote de 11/7/1972.)

Tragicamente interessante em todos esses casos é a relação familiar, que muitas vezes desempenha um papel, como mostra o caso seguinte:

“Na mesma semana os irmãos da rainha Sílvia da Suécia foram seriamente acidentados. Ambos, Jorg Sommerlath, de 36 anos, e Ralf Sommerlath, de 48, tiveram um acidente automobilístico em lugares distintos...” (Bild, l/12/1977.)
O médico dr. Wilhelm Fliess (1858-1928) - que defende em sua (amplamente discutível) “teoria dos períodos”
a opinião de que “as ondas periódicas, que atravessam nosso corpo, determinando sua vida e bem-estar, doença e morte, não dizem respeito apenas ao indivíduo isolado, mas atravessam ao mesmo tempo toda a geração que tem o mesmo sangue . . .” - esclarece com suas descobertas, entretanto, apenas uma parte das estranhas “duplicidades” determinadas pela consangüinidade, como as que se manifestam nos exemplos citados, justamente as coincidências de casos de doença e morte na mesma família. Esses exemplos, no entanto, também estão submetidos àquela força de atração misteriosa, quase mágica, que se encontra nos casos de “duplicidade” ou sincronicidade, cuja atuação é muito mais ampla, já que não se limita à consangüinidade.

Mesmo assim, queremos acrescentar aqui mais um exemplo, que se encaixa na “teoria dos períodos”, por se tratar de algo bastante raro. Na primavera de 1960, a revista Schweizer Illustrierte publicou a foto de uma “família bissexto”, acompanhada do seguinte texto:

“A cegonha da família sueca Berggren, de Charlottenberg, tem tido o capricho de por três gerações aparecer pontualmente no dia 29 de fevereiro. O avô Goran Berggren, seu filho Gosta e a esposa deste, Britta, nasceram todos num dia bissexto, e agora sua filhinha também nasceu no dia 29 de fevereiro deste ano. Os Berggren desafiam qualquer família da Europa a bater seu recorde - o que, sem dúvida, é bastante difícil.”

Wilhem von Scholz descreve um exemplo oposto: “O médico L. Th. (de Württemberg) atendeu em 1924 dois casos de extraordinária coincidência. Casos duplos de doença ou morte já eram há muito conhecidos na clínica, mas dessa vez o jogo do destino foi mais longe. Duas crianças foram a seu consultório. Ambas chamadas Helmut Haller, os dois pais chamados Wilhelm Haller, ambas nascidas em junho de 1921, ambas com a mesma moléstia (bronquite), ambas internadas ao mesmo tempo, os dois pais trabalhando no mesmo setor. As duas crianças eram loiras, de olhos azuis e de temperamento bem incomum.

“As famílias eram provenientes de regiões distintas, não tinham nenhum parentesco e não se conheciam até o momento (pelo menos as mães). Os pais só ouviram falar um do outro no local de trabalho.

“Um funcionário de confiança visitou as duas famílias, residentes em Z., em lugares opostos. Seu relatório:

“Helmut Haller, rua B número 72, em Z., nascido a 8 de junho de 1921. Não há ninguém mais na família com o nome de Helmut.

“Helmut Haller, rua A número 115, em Z., nascido a 27 de Junho de 1921. Não há mais ninguém na família com o nome de Helmut.

“Em Z. existem sete médicos. Os meninos Helmut Haller devem ser as únicas pessoas da Terra que nasceram no mesmo mês do mesmo ano e cujos pais se chamam Wilhelm Haller. E exatamente esse ‘par’ veio parar em Z., proveniente de lugares distintos, sem que as duas famílias jamais se tivessem conhecido, vindo a ser tratado no mesmo mês pelo mesmo médico, da mesma doença, enquanto os pais se empregavam na mesma oficina.

“A semelhança no preenchimento das fichas dos doentes onde são anotados nome e sobrenome, ano e mês de nascimento das crianças, nome e sobrenome do pai, doença e seguro de doença (também o mesmo) e data de tratamento - levou o médico a acreditar que preenchera duas vezes a mesma ficha. Da mesma forma, o caixa desculpava-se por um suposto erro cometido.”


Embora esses casos devam ser vistos como raridades, estou convencido de que uma pesquisa sistemática e intensiva nesse domínio traria à luz outras raridades, pois a natureza se compraz com tais “extravagâncias’, como se quisesse nos mostrar do que é capaz, deixando-nos às voltas com enigmas.

Mesmo que alguns casos de “duplicidade” se encontrem separados no tempo, devem ser vistos nesse contexto, como o demonstram os exemplos seguintes, que têm apenas uma coisa em comum: a “predileção” do destino por um nome especial . . .

No dia 5 de dezembro de 1664
, o navio inglês “Menay” naufragou em Pas de Calais em meio a uma tempestade. Dos 81 passageiros salvou-se apenas um, um certo Hug Williams.

No dia 5 de dezembro de 1785
, uma escuna foi atirada por um temporal às costas da ilha Man. Sessenta pessoas estavam a bordo e todas se afogaram, com exceção de uma. O sobrevivente se chamava Hug Williams.

A 5 de agosto de 1820 um vapor de passageiro chocou-se com um rebocador no rio Tamisa. Vinte e cinco passageiros, em sua maioria crianças por volta de 12 anos, perderam a vida nesse acidente. Apenas o pequeno Hug Williams, que embarcara em Londres para visitar Liverpool, foi levado para terra com vida.

A 19 de agosto de 1889, um cargueiro de carvão sofreu um naufrágio. Sua triputação de nove homens encontrou a morte. Apenas dois, tio e sobrinho, ambos de nome Hug Williams, sobreviveram, sendo salvos por pescadores.

Casos de duplicidade, sincronicidade - simultaneidade de acontecimentos com pessoas e lugares e em relação com nomes, números e datas -, podem ser acrescentados aqui à vontade. Cada um de nós já se defrontou alguma vez com experiências desse tipo, seja pessoalmente ou por intermédio de pessoas da família, amigos ou vizinhos. Como sobre todos os fenômenos ainda não bem esclarecidos, são muitas as opiniões a respeito da “duplicidade de acontecimentos” da simultaneidade de fatos semelhantes.

O materialista dirá que não passam de disposições fortuitas de acontecimentos, de “caprichos do destino”. O crente irá aceitá-las como vontade de Deus, o cientista irá vê-las no contexto das leis de causa e efeito, o filósofo, de acordo com sua visão de mundo.

Uma coisa parece certa: em fatos humanos atua um certo magnetismo. Existe uma força de atração que produz tudo aquilo que chamamos “acaso” (inclusive sob forma de duplicidade de acontecimentos). Entretanto, essa força de atração, como podemos observar em casos raros, não é naturalmente a única força motora de nossa existência humana, embora atue misteriosamente em toda parte. Ela é algo “acrescentado “ .

Vamos partir do princípio de que existem forcas que se delineiam claramente diante da razão, que atuam de forma conseqüente e que não têm nada de misterioso em si. Essa chamada força de atração, contudo, se esquiva a qualquer cálculo e controle da vontade; pelo contrário, é prejudicada pela consciência, pois se oculta da razão, não parece atuar de forma, conseqüente, mas surge de forma repentina e imprevista de uma relação de início invisível. Ela aparece como algo estranho, que vem de fora. Nisso se encontra sua relação com o destino. Também o destino, na acepção lata do termo, é algo estranho e que vem de fora. É aquilo que , independente da marcha desejada e prevista das coisas, irrompe do exterior, exigindo, ou muitas vezes impedindo, de forma decisiva.

Em seu texto sobre “A Aparente Intencionalidade no Destino do Indivíduo”, o filósofo alemão Arthur Schopenhauer (1788-1860) afirma que tudo é duvidoso, não só a solução como até mesmo o problema. Segundo ele, trata-se de andar tateando no escuro, onde se percebe que há alguma coisa, sem que se possa saber bem o que nem onde. Mas em seguida ele postula, em uma observação filosófico-metafisica, uma necessidade rígida, pela qual tudo que acontece é produto de uma cadeia causal coesa, e menciona os videntes e profetas como “prova empírica” de que em cada momento existente estão contidos em germe todos os momentos futuros do mundo com todos os seus milhões de particularidades.

Se se quer denominar o destino de unidade última de acaso e necessidade íntima, é preciso supor que as vítimas da “duplicidade de acontecimentos” - para o bem ou para o mal - conjuraram elas mesmas os incidentes, justamente pela “necessidade íntima”.

Segundo Schopenhauer, “casual” significa o encontro no tempo do que não se liga por causalidade. A essa tese Wilhelm vou Scholz opõe o seguinte: “Nada é absolutamente casual; o mais fortuito é apenas algo necessário que percorreu um caminho mais distante, pois uma causa decisiva situada num ponto remoto da cadeia causal há muito já determinou que ocorresse exatamente agora e com isso ao mesmo tempo que aquilo outro. Cada acontecimento é um elo isolado da corrente de causa e efeito que progride na direção do tempo. Mas existem infinitas correntes dessas paralelas no espaço. Entretanto, elas não são totalmente estranhas e sem vínculos entre si; ao contrário, se entrelaçam de muitas maneiras: por exemplo, muitas causas que atuam nesse momento, produzindo cada uma efeitos diferentes, surgiram de uma mesma causa remota, e por isso são aparentadas como os bisnetos de um bisavô; por outro lado, um único efeito que surge agora exige muitas vezes o concurso de muitas causas distintas, que vêm do passado como elos de suas próprias correntes.

“Por conseguinte”, segue Scholz, “todas as correntes causais que progridem na direção do tempo formam uma grande rede comum entrelaçada, que em toda sua extensão avança no sentido do tempo, constituindo o andar do mundo.Imaginemos agora essas cadeias causais isoladas como meridianos situados no sentido do tempo: a simultaneidade não pode ser indicada na mesma linha causal, e sim por círculos paralelos. Embora fatos situados sob o mesmo círculo não dependam imediatamente um do outro, o entrelaçamento de toda a rede, ou o conjunto de causas e efeitos que avança no sentido do tempo, faz com que tais fatos tenham algum tipo de ligação, ainda que longínqua, e portanto sua simultaneidade é necessária. Aqui, o encontro casual de todas as condições se aproxima de um acontecimento necessário no mais alto sentido: o acontecer daquilo que o destino quis.

Assim, em última conseqüência todos os casos de “duplicidade” ou “sincronicidade” não são de modo algum simples acasos ou brincadeiras da natureza, como muitas vezes somos levados a acreditar, e sim acontecimentos que desde o princípio aguardam seu desempenho, o qual só ocorre quando é dada esta ou aquela condição.

Sem dúvida, resta saber se algum dia conseguiremos captar as relações profundas desses fenômenos, de forma que seja possível, partindo de “hipóteses de trabalho” ou “modelos de pensamento”, chegar a um conhecimento Claro da regularidade e da previsibilidade dos acontecimentos do destino.

Fonte: Grupo de Estudos Cinturão de Fotons - Texto extraído da Revista Planeta Número 156, Setembro de 1985



Como seguir a intuição através da sincronicidade
por Rosemeire Zago


"Como diz Richard Bach: "Cada pessoa, todos os episódios de sua vida, aí estão porque você aí os colocou. O que você escolhe fazer com eles, depende de você!" E o que fazer com eles pode ser indicado pela sua intuição e sincronicidade. E realmente acontecem, por isso fique atento!
"Quando o discípulo está pronto o mestre aparece". Esse antigo ditado chinês descreve uma ideia básica oriental, a conexão entre a psique humana e as ocorrências exteriores, o mundo interior e exterior.
Alguma vez você pensou muito como resolver determinada situação, sem saber como deveria agir? E de repente teve uma intuição que deveria mudar o rumo das coisas ou o caminho a seguir, podendo ser logo depois de abrir a página de um livro que leu sem querer, ao ouvir uma conversa na fila ou após um sonho? Pensou em alguém que gostaria de falar ou encontrar e logo em seguida se encontrou ou recebeu um telefonema da pessoa que pensou? Essas situações podem se tornar comum em alguma época na vida de algumas pessoas, onde passam a acreditar que nada acontece por acaso.

Apesar de nós, ocidentais, termos muita dificuldade em entender esses eventos, muitas vezes acreditando que tudo aquilo que não pode ser percebido pelos cinco sentidos ou explicados pela razão, seja considerado de menor valor, na verdade, a sincronicidade nos proporciona um vislumbre interior e que há de fato um elo entre nós e o Universo. Mas como os eventos significativos são manifestos em linguagem simbólica, podem dificultar seu entendimento e assim se tornam ignorados e desprezados. Mas talvez seja possível entender um pouco mais sobre as coincidências significativas tendo uma compreensão da teoria de Jung. A primeira vez que Jung utilizou o termo sincronicidade publicamente foi em 1930, mas a primeira publicação só ocorreu em 1952, quando ele tinha 75 anos.

Muitos acontecimentos aparentemente casuais podem ser significativos. Quantas vezes você não se deparou com coincidências ou encontros e não pôde explicar como ocorreram? Ou seja, quando existe uma coincidência entre um sentimento ou um pensamento e acontece um evento externo do qual a pessoa sente como significativo, damos o nome de sincronicidade. As coincidências significativas mais comuns acontecem quando estamos num momento de maior reflexão sobre o sentido da vida, momentos que parecem de algum modo diferentes, mais intensos e que não conseguimos muito explicar o que ocorre.

Não há explicação racional para situações em que uma pessoa tem um pensamento, sonho ou um estado psicológico interior que coincida com um acontecimento. Como nos casos em que pensamos em alguém, o telefone toca, e quem chama é a pessoa na qual estávamos pensando. E quando esses eventos tornam-se constantes é comum as pessoas ficarem assustadas, pois não entendem a profundidade desse processo.

Quando entendemos e aceitamos a ideia de sincronicidade, qualquer acontecimento pouco comum é um convite para parar e pensar. Podemos sentir que "algo está tentando nos dizer alguma coisa" e essa sensação aumenta com cada novo acontecimento nesse sentido. Ter consciência de que as coincidências acontecem conosco é o primeiro passo para que elas passem a acontecer cada vez mais.

Seja qual for o sinal, sentimos que é preciso decifrar uma mensagem e com isso tendemos a nos conhecer e crescer. É quando começamos a ter consciência de que algumas ocorrências podem mudar nossa vida. Para a sincronicidade, as coincidências dos acontecimentos significam algo mais do que mero acaso. Houve alguma coincidência que fez com que você chegasse até esse artigo e que agora percebe que foi significativa? 

A sincronicidade pode nos dar a confirmação de que estamos no caminho correto. Algumas sensações como calafrio subindo pela espinha, de espanto ou calor frequentemente acompanham a sincronicidade.

Se quiser, poderá fazer um registro de informações em forma de diário. Assim, formule as perguntas certas e fique atento que as respostas chegarão. Mais cedo ou mais tarde as coincidências vão ocorrer para levar você na direção indicada pela intuição. Quando passar a ouvir sua intuição, sua voz interior, logo perceberá que sua confiança proporcionalmente irá aumentar.
Comece a ficar atento aos fatos de sua vida e em que circunstâncias eles ocorreram.

Poderá ainda fazer um exercício construindo sua linha de tempo para aumentar seu autoconhecimento. Escreva eventos significativos de sua vida desde seu nascimento até o momento presente. Quais foram as situações mais marcantes em sua vida? Não precisa ser minucioso no relato, coloque eventos chaves que aconteceram de acordo com o ano ou com sua idade na época. Depois analise e identifique as lições que cada fato pode ter trazido para você e que pode não ter percebido quando ocorreram. 

Tenha consciência que sua vida tem um objetivo e que tudo que te acontece pode ter uma mensagem e um aprendizado. O que podem ter te ensinado? Percebeu um padrão repetitivo de experiências? Qual parece ser o objetivo da sua vida até agora? É isso que ainda quer para você ou tem perseguido objetivos que foram impostos e você os aceitou como seus? O que você preferia estar fazendo? O que te impede de mudá-los? Essas são apenas algumas sugestões de perguntas que você poderá fazer e deixar sua intuição e a sincronicidade te guiarem.

Como diz Richard Bach: "Cada pessoa, todos os episódios de sua vida, aí estão porque você aí os colocou. O que você escolhe fazer com eles, depende de você!" E o que fazer com eles pode ser indicado pela sua intuição e sincronicidade. E realmente acontecem, por isso fique atento!